quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Supermercados. A meca da sociedade de consumo


O supermercado é um dos maiores símbolos da economia capitalista. É a principal referência da sociedade de consumo. Tudo que lá acontece tem efeito imediato na forma de se conduzir milhões de atividades comerciais por todo mundo. A POPAI, associação que defende os interesses dos pontos de venda no Brasil, acabou de divulgar uma nova pesquisa sobre o consumo nos supermercados, que podem gerar significativos aprendizados sobre o mundo dos negócios.

A mais importante das mudanças é a que mostra uma forte redução na duração da compra no supermercado: em 1998 cada consumidor ficava em média 1h e 9m dentro da loja. Em 2004 o tempo médio caiu para 42m e em 2010 mais uma forte redução para 30m. O impacto dessa informação é alto. Ótimo para os produtos já estabelecidos e os líderes por segmento. Mas também traz efeitos indiretos como redução na compra por impulso, menos chance de sucesso para novos produtos, maior dificuldade para quem acredita em promoção no ponto de venda.

Um dado que parecia evidente se confirmou. A forte mudança nos meios de pagamento das compras. Os cheques sumiram do mapa. Depois do Real já representavam apenas 4% das vendas e em 2010 para quase zero. Mas o grande ganhador nesse item foi a volta do dinheiro vivo. Em 2004 45% das compras eram pagas em dinheiro. Esse número cresceu para 58% em 2010. Sinais de uma moeda forte.

Agora uma mudança de matriz social. Em 1998 os Homens representavam apenas 16% das vendas em supermercado. Em 2010 dobrou: 32%. Sinal de que o trabalho doméstico pouco a pouco vai se dividindo no casal e que se amplia o número de homens comandantes de seus próprios lares. E ainda tem empresa que trabalha seu Público-Alvo pensando em “Donas de casa”. Coisa que já saiu dos livros de Marketing e se encaminha para os de História.

Por último, vale a destacar o amadurecimento do nosso consumidor: em 98 o brasileiro entrava no supermercado com uma lista com 4 produtos pra comprar e saía com 10. Uma compra fortemente marcada pelo impulso. Quase sempre, não muito boa pro orçamento familiar do consumidor. Em 2010, da lista de 4 produtos, o brasileiro compra apenas 5.

No mesmo sentido, outro dado esclarecedor: no final do século passado 58% dos compradores compravam sempre nos mesmos supermercados. Em 2010 esse número caiu para apenas 15%. Brasileiros estão pesquisando 4 vezes antes de comprar. Ótimos sinais de que estamos virando consumidores de 1o mundo.