segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Eleição 2012: quem paga a conta?


Estamos encerrando mais uma eleição no Brasil. Mais um show de civilidade do nosso povo, show de organização e de logística. Enquanto nosso sistema político é atrasado, sem inovação, com promessas de baciadas para o povão.

Já nosso sistema eleitoral é simplesmente o máximo. Moderno, eficaz, de uma velocidade que surpreende a cada eleição. Ontem 3 horas depois de fechada as urnas, o país já tinha a maioria dos resultados fechados. Quase 500 mil candidatos a prefeito e vereadores em mais de 5 mil municípios. São 135 milhões de eleitores.

Outro fator importante que deve ser considerado, é o montante de dinheiro que uma eleição dessa acaba envolvendo. A estimativa é que só os gastos dos candidatos alcance o montante da casa dos 4 bilhões de reais. A campanha de prefeitos de grandes cidades ou municípios estratégicos, com seus marqueteiros e programas de TV realizados com a mais alta qualidade de produção, superam a casa dos R$ 40 milhões de reais cada uma.

É esse o ponto que deve ser debatido transparentemente pela sociedade. Como é que um candidato pode gastar essa fortuna, numa eleição em que tem 20 a 30% de probabilidade de ganhar?

Eles arriscam seu próprio dinheiro para investir nas campanhas? Claro que não. Para conseguir essa verba, políticos são obrigados a pedir e negociar com quem tem dinheiro e é esse o maior mal da democracia brasileira. No primeiro dia de trabalho no novo cargo, o político já tem milhões de reais de dívida a ser quitada. E isso torna-o dependente de seus patrocinadores.

Quando eu trabalhava com Mario Covas, ele vivia apregoando que a única solução é que a propaganda gratuita na TV deveria ser realizada 100% em estúdio, ao vivo. Candidato e câmeras de TV. Sem gastos. Sem produção. Sem musiquinha para crianças cantarem.

A cada eleição lembro dele e penso: Mestre Covas, o senhor estava certo. De novo.

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